quinta-feira, 18 de junho de 2020
Cozinhar sem ti..
Tenho saudades tuas.
Nunca pensei que me fizesses tanta falta.
Nunca pensei que o acto de cozinhar e sentar à mesa fosse daquelas acções que mais me custa.
A dor às vezes aparece com um tsunami que me inunda de tristeza. Outras, aprece gentilmente como uma sombra que me escurece. Ainda assim doi-me de qualquer maneira.
Choro quando corto cebola, e muitas vezes as cebolas são doces e novas, não fazem chorar. A polpa de tomate para o refogado também me lembra das nossas conversas ao lume.
Ao fim ao cabo, ensinaste-me tudo o que sei sobre cozinhar.
Lembro me bem de te pedir para ajudar...descascar alhos era a minha tarefa, ao contrário de mim, não gostavas de ter as mãos a cheirar a alho.
Foi demasiado rápido entre o ir e não ir. Demasiado para perceber rapidamente o que se passou, e só agora, percebo o vazio, esse que por vezes deixa-me totalmente desamparada, com raiva e numa tristeza que muitas vezes não tenho palavras.
Tão depressa como um tsunami entra também foge, e vai, só para aparecer numa outra altura sem se fazer esperar.
Acho que serve para devagarinho criar resistência, criar defesas...
Ainda assim...continuo turbulenta como uma tempestade.
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Amo-te muito minha Filha!
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